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Livro
Raríssimo livro de Medicina impresso no Pará- Brasil - 1855
Livro
SILVA CASTRO, Francisco.
Apontamentos para a historia do cholera-morbus no Pará em 1855:
offerecido à junta central d’hygiene publica do Rio de Janeiro.
Pará. Typ. De Santos & Filhos.- 1855.
34 + LXXVIII pp.e dois mapas desdobráveis.
Francisco da Silva Castro foi um dos mais ilustres homens nascidos no Pará, no sécUlo
XIX. Médico, cientista e político, muito culto e benemérito, dedicou sua longa vida
a prestimosos serviços ao Pará.
Foi incentivador e colaborador do museu local em 1871. Possuía conhecimentos
de História Nátural (Botânica e Zoologia), por meio dos quais procurava sempre estudar a
fauna e a flora amazónicas. O Dr. Castro tinha uma predileção toda especial pela
Arqueologia e Etnologia da região, chegando ao ponto de reunir valiosas coleções em sua
casa, ou doando-as a instituições nacionais, como o Museu Paraense, ou estrangeiras.
No dia 21 de abril de 1815, nasceu, em Belém, o Dr. Silva Castro, fIlho legítimo do cidadão
português, negociante da praça de Lisboa e capitão de milícias José da Silva Castro. Com
a ocupação de Portugal pelos exércitos de Napoleão, em 1808, o dito senhor veio
estabelecerse nesta capital com casa comercial de grande vulto, onde recebia
em consignação todos os navios e embarcações que vinham da Europa. Depois casou-se
com D. Bibiana Luiza Ardasse da Silva Castro, natural do Pará. Concluídos seus
estudos primários em Belém, Francisco Castro, com 9 anos, seguiu para Portugal
e matriculou-se no Colégio das Artes em Coimbra. Após esmerado curso de humanidades,
passou-se para Lisboa onde cursou a Escola MédicoCirúrgica, completando-a com
prêmios em todos os anos, devido ao seu raro talento. Em 1837, formou-se em Medicina e
então seguiu para a célebre Universidade de Louvain, na Bélgica, para no mesmo ano
obter o grau de Doutor em Medicina "cum magna laude", "distinção esta
de muito destaque que jamais havia sido conferida a um estrangeiro.
Voltou ao Pará, em 1838, o Df. Francisco Castro, sinceramente devotado ã terra em que
nascera (atitude bem diversa da que ocorre com os jovens de hoje). Em Belém,
o Dr. Castro encontrou um campo vastíssimo para desenvolver seus estudos médicos e
pesquisas de Zoologia, Botânica, Farmacologia e assuntos relacionados com a
Arqueologia e a Etnografia da Amazónia. Destacou-se aí nos seus serviços ao povo nas
horas mais aflitas das epidemias que assolaram a paraense entre os anos de 1850
e 1855. A primeira de febre amarela e a segunda, mais fatídica, de "cóleramorbo"; em
ambas o Dr. Castro recusou receber qualquer remuneração de particulares ou do
Governo. Pelos extraordinários serviços prestados contra essas epidemias, o Dr.
Francisco Castro foi agraciado pelo Imperador Pedro Il com o Hábito de Cavaleiro da
Ordem de Cristo, então rara distinção. Logo após, foi-lhe conferida, pelo
mesmo Imperador, a Comenda da Ordem da Rosa, acompanhada de notável
carta autógrafa, em agradecimento pelos serviços prestados.
Pelos auxílios médicos aos portugueses de Belém, durante aquelas epidemias,
foi agraciado pelo Rei de Portugal com as Comendas da Ordem de Nosso Senhor Jesus
Cristo e da Antiga Nobilíssima e Esclarecida Ordem de Santiago do Mérito Científico e
Literário. Esta última, pelos serviços prestados à Ciência e às Letras.
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