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Lote - Exposição-Feira de Angola 1938

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Leilão: 3588 | Lote: 108836 | Licitações: 41

LIVROS

Exposição-Feira de Angola 1938

Litografia Nacional. Porto. 1938

Oblongo com 26 x 34 cm, págs. Inum. Ilust. B.

Um episódio esquecido ou ocultado da história de Angola, e um magnífico álbum fotográfico sobre uma

exposição colonial que permaneceu ignorada. O fotógrafo Firmino Marques da Costa escondido no

pseudónimo C. Duarte; Vasco Vieira da Costa, funcionário aduaneiro e grande arquitecto antes de o ser;

um governador geral que representa os interesseseconómicos dos colonos contra o centralismo de Lisboa,

coronel António Lopes Mateus; e o democrata e autonomista Dr. António Gonçalves Videira, que discursou

em nome dosseus “colegas”(…) O álbum comemorativo publicado pelo Governo Geral de Angola,

certamente só para ofertas e escassamente destribuído, é uma produção fotográfica de excepcional

qualidade e dá conta da adopção de programas arquitectónicos e decorativos que ilustram a

monumentalidade moderna oficial mas também a melhor Art Déco portuguesa, e igualmente um

surpreendente ecletismo experimental. Vasco Vieira da Costa, que veio a ser o famoso arquitecto

modernista de Luanda (autor do mercado de Kinaxixe - de 1950/1952, destruído em 2008), foi o seu

principal criador, ainda na condição de funcionário aduaneiro e desenhador, então identificado como chefe

dos serviços técnicos e “artista de elevado merecimento”. As fotografias, atribuídas a C. Duarte, serão de

Firmino Marques da Costa.2 A literatura que se ocupa das grandes exposições do regime costuma passar

de Paris 1937 (com o pavilhão de Keil do Amaral) para Nova Iorque e S. Francisco em 1939 (de Jorge

Segurado), e depois para Belém, em 1940, com as mesmas equipas de artistas-decoradores do António

Ferro - é a abordagem arquitectónica e artística que sobre elas tem predominado. Ora Luanda 1938

pertence a outra história, que também não é a da exposição de 1934 no Porto - a 1ª Exposição Colonial

Portuguesa, de Henrique Galvão - que veio a prolongar-se na pouco conhecida Secção Colonial da

Exposição de 40, com o mesmo director -, nem a que esteve representada nos seus Pavilhões oficiais dos

Descobrimentos, da Colonização e dos Portugueses no Mundo. Luanda 1938 pertence a uma história

recalcada pelo regime e também pelas suas oposições, mas que igualmente foi até agora ignorada pela

historiografia recente sobre os colonos portugueses em África.3 Algumas escassas referências à exposição-

feira surgiram em estudos sobre a arquitectura colonial, de José Manuel Fernandes e Ana Vaz Milheiro4, e

sobre a Art Déco nacional, de Rui Afonso Santos5, mas o acontecimento tem uma dimensão relevante

noutros domínios, a história político- económica de Angola e a da sua relação com a “metrópole”, bem

como a história da fotografia e da edição fotográfica portuguesa. O seu interesse é absolutamente

pluridisciplinar e justificaria o respectivo tratamento num alargado congresso. O álbum comemorativo é

uma encruzilhada de surpresas e de incógnitas, sendo ao mesmo tempo muito escasso em informação e

um testemunho de imenso valor, para além de ser um dos melhores “photobooks” portugueses, senão o

melhor. Só confrontando o álbum com diversa outra bibliografia da época é possível tentar uma

aproximação à importância do acontecimento. In Alexandre Pomar, Buala.2013.

Ligeiros defeitos e imperfeições na capa e lombada.

Vendido por 405.00 EUR

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