Leilão - LIVROS

Caricaturas originais de Correia Dias para o livro A Forja da Lei (1915)

Caricaturas originais a tinta da china, feitas pelo pintor e ilustrador Correia Dias

para o livro de Joaquim Madureira, A Forja da Lei. A Assembleia Constituinte

em Notas a Lápis, Coimbra, França Amado, 1915, 691 páginas. A obra incide

sobre os trabalhos da Constituinte e está ilustrada com 47 caricaturas de

políticos, expressamente feita por Carreia Dias. Este conjunto compreende 36

desenhos originais, alguns com indicações a lápis para a impressão no livro, com

retratos, entre outros, de Braamcamp Freire, António José de Almeida, Brito

Camacho, Magalhães Lima, Ramada Curto, Bernardino Machado, Eusébio Leão,

João de Meneses, Machado Santos, Alexandre Braga, José Relvas, Manuel de Arriaga, etc.

Fernando Correia Dias (1892-1935) foi um importante artista plástico,

considerado um dos introdutores do Modernismo em Portugal juntamente com

Cristiano Cruz. Ficou-se no Brasil, onde casou com a poetisa Cecília Meireles.

Veja-se Osvaldo Macedo de Sousa, Fernando Correia Dias um Poeta do Traço,

Rio de Janeiro, Batel, 2013.

Reserva: 250€

Revolução de 1820

José Maria Xavier de Araújo Revelações e Memórias para a História da

Revolução de 24 de Agosto de 1820 e de 15 de Setembro do mesmo Ano, Lisboa,

Lisboa, na Tipografia Rolandiana, 1846, 232 páginas. Encadernação da época.

Trata-se de um documento único sobre os meandros do pronunciamento de 24

de Agosto de 1820, no Porto, que abriu caminho à Revolução Liberal e à

instauração do liberalismo no nosso país, escrito por um dos membros do

Sinédrio. 1ª edição, muito rara (a 2ª é de 2006).

Reserva: 50€

Campanha contra o Maguiguana (1897)

Campanha contra o Maguiguana nos Territórios de Gaza em 1897. Relatórios

enviados ao Ministro e Secretário de Estado dos Negócios da Marinha e

Ultramar pelo Comissário Régio da Província de Moçambique, Ordens do

Exército, Parte não Oficial, 1897, pp. 387 a 495, com mapas desdobráveis. Parte

reservada, muito rara, fundamental para a história das campanhas de Mouzinho

de Albuquerque, então Comissário Régio.

Encadernação da época.

Raro livro anti-iberista publicado no Brasil (1861)

Da União Ibérica por um Português, Rio de Janeiro, Tipografia de F. de Paula

Brito, 1861, 170 páginas, encadernação da época. Raríssimo livro contra união

ibérica, publicado no Brasil. O autor foi José Feliciano de Castilho Barreto e

Noronha (1812-1879), irmão de António Feliciano de Castilho, médico e

director da Biblioteca Nacional, que se fixou no Brasil em 1847. Neste volume

reúne os artigos que publicara no Jornal do Comércio, do Rio de Janeiro. Rara

peça para as coleções anti-iberistas.

Antero de Quental – O Que é a Internacional (1871?)

Raríssimo folheto O Que é A Internacional, anónimo, publicado em 1871 ou

1872, e na sequência de um encontro secreto havido num barco no Tejo no qual

participaram os emissários da Associação Internacional dos Trabalhadores, os

espanhóis Anselmo Lorenzo, Gonzaléz Morago e Francisco Mora, os quais, após

vários contactos, reuniram com José Fontana (que terá sido o contacto do grupo

em Portugal), Antero de Quental e Jaime Batalha Reis. Para recolha de fundos

para a publicação de O Pensamento Social. Pequeno rasgão nas páginas 2 e 3,

afectando duas palavras que estão manuscritas. Apesar disso, peça da maior

raridade para as colecções anteriana e do pensamento socialista em Portugal.

Bem encadernado.

Reserva: 50€

Memórias de um preso durante o miguelismo

Fiel Exposição dos Sacrifícios, Padecimentos, Segredo e Prisões de Pedro

Nolasco da Silva Nogueira, tolerados com inabalável presença de espírito nos

calamitosos tempos do Governo da Usurpação, Lisboa, Tipografia de Desidério

Marques leitão, 1834, 88 páginas, brochado. Raríssimo livro de um dos

implicados na falhada revolta do regimento de Infantaria nº 4, em 5 de Setembro

de 1830Preso nesse dia, deu entrada no Forte de S. Julião da Barra em 25 de

maio de 1831. Foi condenado a degredo perpétuo e confisco dos bens, foi

libertado com a entrada dos liberais em Lisboa em 24 de Julho de 1833. Tomou

depois parte na defesa de Lisboa contra os ataques miguelistas. São muito raros

os depoimentos de memórias sobre as guerras liberais.

Invasões francesas – Aveiro e outras localidades

Conjunto de documentos sobre Aveiro, do bispo Presidente da Junta Provisional

da mesma cidade. Destaque para o documento «Relação dos Donativos de

Aveiro», com 16 páginas, com a relação das pessoas que contribuíram para a

defesa contra os franceses, com as importâncias doadas.

Mais 11 documentos referentes a Lamego, Braga, Santarém, Bragança,

Azere, tarouca, Tomar, Viana, Campo Maior e Freixo de Numão

Obras sobre as Mulheres (1821-1823)

Três obras de José Daniel Rodrigues da Costa, que tem como tema as mulheres:

Conversação de Senhoras em uma Sala de Visitas antes do Chá pilhada por um

taquígrafo, Lisboa, Imprensa nacional, 1821, 45 páginas.

- Segunda Assembleia da Conversação das Senhoras na Sala das Visitas antes

do Chá, Lisboa, Impressão de Vitorino Rodrigues da Silva, 1823, 48 páginas.

- Carta interessante escrita ao Rmº Sr Fr. Tecla Branco da Cruz, com golpes

mortais descarregado no Livro das Superstições descobertas. Defendem-se

nesta carta também as Senhoras a quem o Rmº chama Supersticiosas e

ignorantes, Lisboa, Tipografa de Simão Tadeu Ferreira, 1822, 45 páginas. Os

dois primeiros em verso, o terceiro em prosa. Publicações muito raras e curiosas.

As duas primeiras são referidas por Maria Regina Tavares da Silva, A Mulher.

Bibliografia Portuguesa anotada (1518-1998), p. 125: «as senhoras, à hora do

chá falam das coisas do costume – as doenças, as amigas, ouvem histórias em

verso; há, porém, algumas notas interessantes referentes às inovações que vêm

de França». A terceira obra está ausente daquela bibliografia.

Miguelismo – Vila-Francada (1823)

Obras contra a Constituição de 1822 e de gáudio pelo triunfo da Vila-Francada:

- João António Neves Estrela, o Heroísmo do Senhor D. Miguel, restaurando o

trono de Seu Augusto pai o Senhor Dom João VI e toda a Real Família, Lisboa,

Nova Impressão da Viúva Neves e Filhos, 1823, 16 páginas.

- A Grande Ceia e Baile que deu o Diabo mais velho, à Excelentíssima Senhora

D. Constituição e o detalhe do que se passou dentro e fora do seu infernal

palácio, Lisboa, Impressão de J. M. Torres, 1823, 11 páginas. Pertenceu à

Livraria dos Condes e Cadaval.

- António José da Rocha, Sermão Académico de Acção de Graças pela Feliz

Restauração da Monarquia Independente que no solene Triduo celebrado pela

Universidade de Coimbra na sua Real Capela…, Coimbra, Imprensa da

Universidade, 1823, 20 páginas.

- A Morte da Ilustríssima e Excelentíssima Constituição e Destruição do

Monumento, discurso fúnebre do Zé Goibinhas, Lisboa, Impressão da Viúva

Neves e Filhos, 1823, 8 páginas.

- Testamento que fez à Hora da Morte a Ilustríssima e Excelentíssima Senhora

Constituição, Lisboa, Lino da Silva Godinho, 1823, 7 páginas.

Os Crimes da Formiga Branca (1915)

Colecção completa deste raríssima série de folhetos sobre os resquícios da

Carbonária utilizados pelo Partido Democrático como tropa de choque.

- Os Crimes da Formiga Branca, Confidências verídicas e sensacionais de um

Juiz de Instrução Criminal 5 fascículos, com 16 páginas cada, num total de 80

páginas, 1915. Teve três editores diferentes. O «juiz» manteve a sua identidade

na sombra. Também se publicam fotografias dos rostos de algumas vítimas e de

«formigas». Cada número fazia relato dos meandros de um «crime», que se

podia prolongar para a edição seguinte. O objetivo era difundir uma imagem

criminosa da Formiga Branca e da sua ligação ao Partido Democrático e

denunciar a identidade dos seus membros e dos líderes. O primeiro número, com

o título de «prólogo», foi ocupado com uma apresentação da publicação e uma

narrativa iniciática, que recria para o leitor o ambiente de uma «Sessão Secreta».

O número seguinte trata do assassinato político do 2.º tenente da armada,

Alberto Soares, a 9 de julho de 1912, no átrio do Hotel Francfort, em Lisboa,

onde procurava escapar à fúria de um grupo de populares (carbonários?) que o

tinham por monárquico e o relacionaram com a explosão de bombas na Costa do

Castelo, que se dera naquela tarde. O terceiro número recria outro caso, «A

morte do 1.º sargento Pereira da Rua Vítor Cordon». O quarto número, ocupou-

se do «complot da praia da Maçãs», que visava atentar contra a vida de Afonso

Costa e que a Formiga Branca fez abortar, ocorrido a 23 de Setembro de 1913.

Finalmente, o último número centrou-se no «assalto ao Tribunal de Santa Clara

(chacina frustrada)», onde foram julgados, por conspiração

Colecção completa, da maior raridade, tanto mais que conserva as capas de

brochura. Bem encadernado.

Reserva: 50€

Rara publicação liberal durante o cerco do Porto (1833)

Cartas ao Sr. Ver. padre Alvito Pereira de Miranda, Porto, Impressa da Gandras

e Filhos, VIII Cartas, com 13 a 44 páginas cada. Encadernado.

Estas cartas, inicialmente publicadas na Crónica Constitucional do Porto, entre

Setembro e Outubro de 1832, foram reunidas em volume, nesta edição que é da

maior raridade. Criticam o padre Pereira e Miranda e o seu Defesa de Portugal.

Denuncia alguns miguelistas – como Miranda – que antes foram acérrimos

liberais. Há uma edição de Lisboa, em 1833. A Biblioteca Nacional só tem esta

última e não a que aqui apresentamos. Veja-se Joseph Conefrey, Jornais, Séries

e Periódicos Portugueses 1826-1834, p 32.

Reserva: 50€

Conferências do Casino (1871)

Duas raríssimas peças relacionadas com a proibição das Conferências do Casino:

- Antero de Quental, Carta a António José de Ávila Marquês de Ávila,

Presidente do Conselho de Ministros, Lisboa, Tipografia do Futuro, 1871, 8

páginas. Publicado a 13 de Junho e rapidamente esgotada. Uma das obras mais

raras e procuradas de Antero.

- Augusto Fuschini, As Conferências Democráticas e a Recção, Coimbra,

Imprensa Literária, 1871, 13 páginas.

Reserva: 50€

Memórias Históricas do Reino de Portugal (1830)

Memórias Históricas do reino de Portugal e de todos os seus Domínios, com a

Notícia de todos os seus Estabelecimentos Eclesiásticos, Civis e Militares desde

a sua Origem até aos nossos Dias, Lisboa, Impressão Régia, 1830, 64 páginas.

Curiosa e rara publicação anónima. Inocêncio refere ficou interrompida a sua

edição, ficando na página 64, e que foi referida por Figanière na sua Bibliografia

Histórica. A sua raridade é comprovada pelo facto de Inocência dizer que o

único exemplar que viu pertencera justamente a Figaniére (Dicionário

Bibliográfico Português, VI, p. 198).

Guerras Liberais – rara obra do Marquês de Resende (1832)

Éclaicissements historiques sur mes Négociations relatives aux Affaires de

Portugal depuis la Mort du Roui Don Jean VI jusq’a mon Arrivée a France

comme ministre prés de cet Cour par M. Le Marquis de Rezende, Paris, Paulin,

Libraire, 1832, 248 páginas, 2ª edição. A 1ª edição é do mesmo ano em Paris.

Encadernação da época.

Obra capital para o estudo das relações entre Portugal, o Brasil, a França e a

Inglaterra nessa época conturbada. O Marquês de Resende, António Teles da

Silva Caminha e Meneses foi ministro do Brasil em Londres, Paris, Viena e S.

Petersburgo.

Reserva: 50€

Tradução inédita de Voltaire (1783)

Ensaio sobre a poesia épica por Francisco de Voltaire. Volume manuscrito de

uma só mão, muito legível, com 150 páginas, encadernado, óptimo estado de

conservação. Com a indicação, a lápis, de ter pertencido à livraria do conde de

Pinhel. Cremos que se trata da primeiro tradução para português, inédita, desta

obra de Voltaire, publicado inicialmente em 1823 a propósito de La Henriade, e

que deu a conhecer Camões à Europa. Cada capítulo é dedicado a um poeta e o

capítulo 6º é sobre Camões. O texto apresenta extensas notas sobre Luís de

Camões que não constam do original de Voltaire, mas sim do tradutor anónimo

que mostra um grande conhecimento da vida e obra do Poeta. No final do

volume surge a indicação: «imprima-se e volte a conferir. Mesa 5 de Dezembro

de 1783», seguindo-se três assinaturas. Trata-se, portanto, do manuscrito

apresentado à Real Mesa Censória, criada por Alvará de 5 Abril de 1768, e que,

por Decreto de 21 de Junho de 1787, passando a designar-se Real Comissão

Geral sobre o Exame e Censura de Livros. Não consta que tenha sido impresso,

nem na Biblioteca nacional, nem na relação das obras e Voltaire publicadas em

Portugal contantes de Voltaire & la Cultura Portugaise. Veja-se: Bernardo

Xavier Coutinho, Bibliographie Franco-Portugaise, p. 66. Em 2018 foi

publicado na Brasil, na Universidade Federal do Paraná, a tese de Caio Carneiro

Marques, Voltaire, ensaio sobre a poesia épica – um estudo e uma tradução,

apresentado como a primeira tradução do texto para português.

Peça de colecção, do maior valor e interesse para a Cultura Portuguesa.

Reserva: 100€

Duelos em Portugal

João Terenas Júnior, Eu e o Visconde de Penela ou História documentada de

dois duelos fantásticos, Nos quais intervieram: Dr. Álvaro de Castro (ex-

ministro da justiça), Tomás Fernandes (ajudante de ordens do governador geral

de Angola), Dr. João Sant’Iago Prezado (ex-governador civil da Madeira),

Martins de Lima (capitão de cavalaria), Álvaro Pope (deputado), Dois

redactores da “Capital”, Major Pereira Bastos (ex-ministro da guerra), Dr.

Afonso Costa (chefe do partido democrático), Redactor principal do “Seculo”,

Campos Lima (publicista) e o senador Faustino da Fonseca Lisboa, Tipografia

de J. F. Pinheiro, 1914, 96 páginas, brochado.

Rara obra, importante para a história do duelo em Portugal em plena I

República, envolvendo alguns dos mais destacados políticos de então.

Teatro de Cordel

Albino Forjaz de Sampaio, Subsídios para a história do Teatro português.

Teatro de Cordel (catálogo da colecção do autor), Lisboa, Academia das

Ciências de Lisboa, Imprensa Nacional, 1920, 109 páginas. Bem encadernado.

Ilustrado em extra-texto com várias fotogravuras a preto e branco, impressas

sobre papel couché, e apresentando uma selecção de folhas de rosto de obras

raras. Catálogo com centenas de obras de teatro popular e loas publicadas entre

1659 e 1912, pertencentes à colecção do autor, que aprecia o seu valor e

raridade. Com muitas notas e referências a autores, tradutores, adaptadores,

pseudónimos, casas de teatro, tipógrafos e impressores. Trata-se de um

instrumento fundamental para o conhecimento do Teatro de Cordel em Portugal.

Conflito diplomático entre Portugal e o Brasil (1893-4)

Portugal e Brasil Conflito diplomático. O Processo no Conselho de Guerra de

Marinha do Capitão de Fragata Augusto de Castilho. Apêndice do memorial ao

Presidente e Vogais do Conselho, Lisboa, M. Gomes Editor, 1894, 112 páginas,

encadernado. Muito invulgar e importante. Trata-se do processo contra Augusto

de Castilho, um dos mais notáveis oficiais de Marinha de Portugal. O conflito

diplomático refere-se à participação de Castilho no episódio da rebelião de

oficiais superiores da marinha brasileira contra o governo de Floriano Peixoto.

Castilho acolheu na sua corveta os oficiais sublevados, cuja pena seria o

fuzilamento, seguindo com eles para Buenos Aires. O Brasil cortou as relações

com Portugal. O governo português reagiu, levando Castilho perante o conselho

de guerra que o absolveu. A nobreza de Castilho foi aplaudida pela imprensa

portuguesa e brasileira.

Memórias do Marquês de Alorna, prisioneiro de Pombal

As prisões da Junqueira durante o ministério do marquês de Pombal, escritas

ali mesmo pelo marquês de Alorna, uma das suas vítimas. Publicadas conforme

o original por José́ de Sousa Amado presbítero secular, Lisboa, Tipografia

Universal, 1882, 106 páginas, brochado, conservando as capas de brochura.

Circulou em cópias manuscritas e foi impresso pela primeira vez em 1857.

Muito invulgar.

I Invasão Francesa (1808)

Conjunto de raras composições poéticas impressas em Coimbra, celebrando a

vitória portuguesa na I Invasão:

- Rodrigo da Fonseca Magalhães, Ode Pindárica à feliz Restauração de

Portugal, Coimbra, Real Imprensa da Universidade, 1808, 19 páginas. O autor,

então estudante, será um dos mais importantes político liberais e chefe do governo.

- António Alexandrino Marques, Congratulação à Pátria pela Feliz

Restauração do legítimo Governo de Sua Alteza Real, Coimbra, Real Imprensa

da Universidade, 1808, 23 páginas.

- Joaquim Raurino da Costa, Ode Pindárica à feliz Restauração da Cidade do

Porto por ocasião do intruso Governo francês, Coimbra, Real Imprensa da

Universidade, 1808, 8 páginas.

- João António Frederico Ferro, Odes recitadas nas Três Noites em que o

Ilustríssimo Senado da Câmara a Cidade do Porto solenizava a Feliz

Restauração de Portugal, Coimbra, Real imprensa da Universidade, 1808, 24 páginas.

- João Nogueira Gandra, Ode ao Grandioso objecto com que no dia 18 de Junho

de 1808 vimos restaurar pelos Portuenses o verdadeiro esforço e Liberdade do

nome português, Coimbra, Real Imprensa da Universidade, 1808, 8 páginas.

Juntamos o documento de Francisco Soares Franco – autor de O Reino

da Estupidez – dando conta da derrota dos franceses em Comumbreira em 17 de

Agosto de 1808.

Uma reflexão depois da Guerra Civil (1835)

Eu, e o Estrangeiro ou o Espectador de Portugal. Entretenimento cívico para

adormecer Velhos e acordar Rapazes, com o Tableau de Portugal e das

raridades achadas em suas Ruínas políticas, por um Viajante, Lisboa,

Tipografia de Bulhões, 1835, 55 páginas. Cartonado.

O autor anónimo é Manuel dos Santos Cruz, médico e deputado nas cortes de

1837. Liberal progressista, reflecte neste livro sobre a situação portuguesa um

ano antes da Revolução de Setembro. Muito interessante e nada vulgar. Veja-se

Inocêncio Francisco da Silva, Dicionário Bibliográfico Português, Vol. VI, pp. 104 e 105.

Guerra Peninsular – rara publicação de Londres (1813)

Explicação imparcial das Observações do Dr. Vicente José Ferreira Cardoso da

Costa sobre um artigo da Gazeta de Lisboa de 29 de Outubro de 1810,

[Londres], 1813, 78 páginas. Trata-se de uma crítica, anónima, às Observações

do Dr. Vicente José Ferreira Cardoso da Costa sobre um artigo da Gazeta de

Lisboa de 29 de Outubro de 1810 (Londres, W. Lewis, 1811, 72 páginas).

Cardoso da Costa foi uma das vítimas da Setembrizada de 1810, sob suspeita de

ser jacobino, preso e deportado para os Açores, onde se fixou. Obra muito rara e

importante para o estudo das Invasões Francesas. Ver Inocêncio Francisco da

Silva, Dicionário Bibliográfico Português, Vol. VII, pp. 427 a 432.

Um clássico do pensamento contrarrevolucionário português

Faustino José das Madre de Deus, o Combate dedicado ao Sereníssimo Senhor

D. Miguel, Infante de Portugal, ou a declaração e protesto das Cortes

Extraordinárias combatido por…, Lisboa, Tipografia de António Rodrigues

galhardo, 60 páginas. Uma das primeiras obras a combater o liberalismo depois

de 1820, de um dos mais importantes escritores miguelistas. Obra muito rara,

valorizada por uma belíssima e luxuosa encadernação inteira de pele da

INVICTA, do Porto.

Reserva: 50€

Cortes Constituintes de 1821

Conjunto de publicações:

- Parecer de José Agostinho de Macedo sobre a maneira mais fácil, simples e

exequível da convocação das Cortes Gerais do reino no actual Sistema Político

da Monarquia representativa e Constitucional, Lisboa, Tipografia Lacerdiana,

1820, 32 páginas.

- Memórias par as Cortes Lusitanas em 1821, Lisboa, Imprensa Nacional, 1821,

37 páginas. O Autor é José Pinto Rebelo de Carvalho (Inocêncio Francisco da

Silva, Dicionário Bibliográfico Português, Vol. V, p. 105).

- José Daniel Rodrigues da Costa, Memória do Folheto intitulado Memórias

para as Cortes de 1811, Lisboa, Imprensa Nacional, 1821, 31 páginas. Crítica do

folheto anterior.

- José Daniel Rodrigues da Costa, resposta à defesa (por alcunha) das memórias

para as Cortes que como Pilatos no Credo se introduziu contra a Memória,

Lisboa, Oficina de Simão Tadeu Ferreira, 1821, 37 páginas.

- Parabéns aos Lusitanos pela abreviada Morte da casa de Horror e

Despotismo chamada Inquisição, Lisboa, Tipografia de J. F. M. de campos,

1822, 8 páginas. De extrema raridade pela temática - Inquisição.

Guerra Peninsular

Catálogo das Obras referentes à Guerra da Península, coordenado por Cardoso

de Bettencourt, Lisboa, Academia das Ciências de Lisboa, 1910, 92 páginas.

Bem encadernado.

Raro catálogo da exposição realizada na Academia das Ciências a propósito do

Centenário da Guerra Peninsular, impresso em papel de excelente qualidade.

Com a descrição de 446 espécimes. Com um índice onomástico e ideográfico no final.

Boa obra de referência.

Cortes Ordinárias de 1826

Actas das Sessões da Câmara dos Senhores Deputados. Primeira sessão em 21

de Outubro de 1826 a 30 de Março de 1827. Dois volumes com 158 e 221

páginas, com um índice no final do segundo volume. Importante fonte para o

estudo do liberalismo após a promulgação da Carta Constitucional.

Encadernações da época. Pertenceram à Livraria da Casa de Cadaval

Alfredo Pimenta

Conjunto de obras de e sobre Alfredo Pimenta:

- A Questão Política, Coimbra, França & Arménio, 1915, 30 páginas.

- O problema da Guerra, Porto, Tipografia Lusitânia, 1916, 30 páginas.

- A Situação Política. Conferência realizada no salão Nobre da Liga naval

Portuguesa na noite de 26 de Fevereiro de 1918, Lisboa, Livraria Ferreira, 1918,

48 páginas (muito raro).

- A Evolução Monárquica, Lisboa, Edição do Autor, 1919, 60 páginas (muito raro)

- Bandeiras de Portugal, Braga, Oficina Paz, 1941. Folha solta.

- O D. João VI do Sr. Marquês de Lavradio, Lisboa, edição do Autor, 1937, 31

páginas. Exemplar muito anota por Alberto Pimental, com comentários

manuscritos demolidores. Exemplar único, nestas condições…

- As Ilhas dos Açores (esboço de síntese histórica), Lisboa, edição do autor, 3ª

edição, 1943, 35 páginas.

-António Sardinha e o Grupo recreativo dos Trinta-e-seis, Porto, Imprensa

Portuguesa, 15 páginas. Com dedicatória de Alfredo Pimenta para o Prof. Cabral de Moncada.

- Júlio Evangelista, Alfredo Pimenta doutrinador de Portugalidade, Guimarães,

1951, Gil Vicente, 15 páginas. Dedicatória autógrafa do autor.

- João Paulo Freire (Mário), O Aldrabão Pimenta e a sua História, Edição do Autor, 60 páginas.

- Homenagem a Alfredo Pimenta, Lisboa, 1950, 69 páginas. Com diversos

artigos sobre o homenageado e um catálogo completo das suas obras.

Obra de José Daniel Rodrigues da Costa contra os franceses (1808)

- Protecção à Francesa, Lisboa, Oficina de Simão Tadeu Ferreira, 1808, 24 páginas.

- Embarque dos Apaixonados dos Franceses opara o Hospital do Mundo ou

segunda parte da protecção à Francesa, Lisboa, Oficina de Sumão Tadeu

Ferreira, 1808, 32 páginas. Com uma gravura

Obra completa (duas partes) deste poeta, onde denuncia as anunciadas boas

intenções dos franceses quando entraram em Portugal, contrastando com a sua

prática. Uma das obras de maior impacto na época, publicada logo após a derrota

dos franceses em 18908. Muito rara quando completa com as duas partes..

No rescaldo da Guerra das Laranjas (1801)

Publicações no rescaldo desta guerra:

- Aviso do Príncipe Regente D. João, datado de Mafra, 20 de Julho de 1801,

informando que a guerra com a Espanha terminou.

- Ao Augusto Príncipe Regente Nosso Senhor na Ocasião de se publicar a Paz,

Lisboa, Régia Oficina Tipográfica, 1802, 13 páginas. Conjunto de poemas de

João José de Vasconcelos, Cônsul-geral na Dinamarca.

- José Daniel Rodrigues da Costa, Em Aplauso da Desejada e conseguida Paz

ano de 1801, Lisboa, Oficina de Simão Tadeu Ferreira, 18902, 8 páginas.

- António Barnabé Elescano Barreto e Aragão, A Sua Alteza Real o Príncipe

Nosso Senhor Regente dos Reinos de Portugal e Algarve, Lisboa Oficina de

Francisco Borges de Sousa, 1802, 15 páginas.

A Tripa Virada. Periódico miguelista e antimaçónico (1823)

Tripa Virada. Periódico Semanal. Colecção completa deste periódico redigido

por José Agostinho de Macedo em 1823 (3 números, com 12, 24 e 36 páginas,

impresso na Tipografia da Horrorosa Conspiração). Saúda o triunfo da Vila-

Francada e termina o nº 1 com «Morra o maçonismo!».

No mesmo ano ainda saiu o volume, que juntamos, Tripa por uma Vez Livro

Primeiro e Último, Lisboa, na Tipografia da Horrorosa Conspiração, 1823, 67

páginas. Bem encadernado.

Conjunto completo, para mais com a última publicação que raramente aparece.

Sebastianismo durante as Invasões Francesas (1810)

Durante as Invasões Francesas ocorreu um surto sebastianista, com uma

literatura a favor e contra, que Brito Aranha classificou de «Guerra Sebástica»

- O Feitiço voltado contra o Feiticeiro ou o Autor do Folheto Os Sebastianistas

convencido de mau Cristão, mau Vassalo, mau Cidadão, e o maior de todos os

Tolos, Besta muar etc., Londres, W. Lewis, 1810, 543 páginas. O autor foi Fr.

José Leonardo da Silva, que publicou em Londres em 1809 uma edição das

trovas de Bandarra. Muito raro.

José Gonçalves Ramiro, Os Sebastianistas satisfeitos ou Discurso apologético

dirigido a Sua Alteza Real o Príncipe Regente Nosso Senhor, Lisboa, Impressão

Régia, 1810, 12 páginas.

Exame e Juízo crítico sobre o papel intitulado Anti Sebastianismo, anunciado na

Gazeta de Lisboa de 28 de Setembro do presente ano, Lisboa, Impressão Régia,

1809, 50 páginas. Com muitas notas manuscritas críticas do seu possuidor.

- José Manuel Garcia da Cunha, Tábua de Erratas e das Emendas por

Observação, Reflexão e Advertência à Obra Intitulada Os Sebastianistas,

atribuída ao Douto e bem conhecido Fr. José Agostinho de Macedo, Lisboa,

Impressão Régia, 1810,

O nome verdadeiro do autor é Manuel José Maria da Costa e Sá. Embora no

final da obra surge a indicação «Continua», foi tudo o que se publicou. Veja-se

Inocêncio Francisco da Silva, Dicionário Bibliográfico Português, Vol. VI, p. 28.

D. João VI

Publicações sobre diferentes momentos da vida de D. João VI:

- Epinício que na Feliz Elevação do Senhor D. João VI ao trono Português

respeitosamente oferece ao mesmo Senhor…, Lisboa, Impressão Régia, 1817, 13

páginas. O autor foi Adriano Ernesto de Castilho Barreto. Desta obra diz

Inocêncio Francisco da Silva: «dele se encontrará mais que dificilmente algum

exemplar» (Dicionário, Vol. VIII, p. 9)

Raríssimas publicações sobre o regresso de D. João VI, do Brasil:

- Sermão de Acção de Graças pelo feliz Regresso de Sua Majestade pregado na

Real Casa de Santo António na Festividade ordenada pelo Exmº Senado da

Câmara a 23 de Julho de 1821, por José Agostinho de Macedo, Lisboa,

Tipografia Rolandiana, 1821, 45 páginas.

- Portugal convalescido pelo Prazer que presentemente desfruta na desejada e

feliz vinda do seu Amabilíssimo Monarca o Sr. D. João VI e da sua Augusta

Família, Lisboa, Tipografia Lacerdiana, 1821, 16 páginas.

- José Leite Pereira de Meireles, Discurso moral congratulatório que por

ocasião da feliz Viagem e entrada no Porto de Lisboa do Augustíssimo Senhor

D. João VI, Rei do Reino Unido de Portugal Brasil e Algarves e da mais Família

Real, traçou e ofereceu ao Sereníssimo Senhor Infante D. Miguel que Deus

guarde, Lisboa, Tipografia Maigrense, 1821, 10 páginas.

Na morte de D. João VI:

- José Daniel Rodrigues da Costa, Desafogo da Tristeza na Infausta Morte de S-

Majestade Imperial e Real o senhor D. João VI da Saudosa Memória, Lisboa,

Régia Tipografia Silviana, 1826, 4 páginas.

Rara obra sobre as Guerras Liberais

Memorandum d'une conference de A. R. Saraiva agente diplomatique portugais

a Londres, sous le gouvernement de Don Miguel, avec Lord Grey le 20

Decembre, 1833 sur le meilleur moyen de pacifier le Portugal...suivi de Une

lettre a S. A. M. le prince d'Esterhazy , Londres, Simpkins, 1847, 59 páginas.

Brochado, com capas.

Obra importante sobre as movimentações diplomáticas durante a Guerra Civil.

António Ribeiro Saraiva foi representante de D. Moguel em Londres. Este

exemplar tem, na contracapa, uma dedicatória autógrafa do autor a Sebastião de

Almeida e Brito. Muito raro.

Frei Fortunato de S. Boaventura

Obras de e sobre um dos mais importantes partidários de D. Miguel, arcebispo de Évora:

-Frei Fortunato de S. Boaventura, Oração fúnebre que nas solenes Exéquias do

Excelentíssimo Senhor D. Francisco de Lemos de Faria Pereira Coutinho, Bispo

Conde, Lisboa, Imprensa nacional, 1822, 39 páginas.

- O Defensor dos Jesuítas, nºs 1, 2 e 3, com 14, 15 e 15 páginas, Lisboa,

Impressão Régia, 1829.

- Parecer de José Agostinho de Macedo sobre a Obra do P. M. Doutor Fr.

Fortunado de S. Boaventura, Monge de Alcobaça, intitulada História

Cronológica e Crítica da Real Abadia de Alcobaça, da Congregação

Cisterciense de Portugal, para servir de continuação a Alcobaça Ilustrada do

Cronista Mor Fr. Manuel dos Santos, Lisboa, na Impressão Régia, 1927, 14

páginas. Estes pareceres da censura são muito raros.

Obras antifrancesas de José Daniel Rodrigues da Costa

- Surriada a Massena em Portugal e Encontro das duas Rivais no Palácio

Imperial de França, Lisboa, Oficina de Simão Tadeu Ferreira, 1811, 23 páginas.

- Segunda parte da Surriada a Massena e Diálogo na França de Bonaparte,

enganado, Massena corrido e um Granadeiro resoluto, Lisboa, Oficina de

Simão Tadeu Ferreira, 1811, 24 páginas.

- O Encontro na Eternidade do general Marmont com o general Bonet. Diálogo

entre os Dois, Lisboa, Impressão Régia, 1812, 14 páginas.

- Resposta à Proclamação do general Augerau desmascarado nesta Análise,

Lisboa, Oficina e Simão Tadeu Ferreira, 1809, 28 páginas.

Todos de grande raridade.