Crónica da Companhia de Jesus (1865)
Por Pe. Simão Vasconcelos
Chronica da Companhia de Jesv do Estado do Brasil:. e do qve obrarão sevs filhos nesta parte do novo
mundo. Em que se trata da entrada da Companhia de Jesv nas partes do Brasil e dos fundamentos qve
n’ellas lançaram e continuarão seus Religiosos e algumas noticias antecedentes, curiosas e necessarias das
cousas d’aquelle estado..
Lisboa: A.J. Fernandes Lopes, Lisboa. 1865.
In 8° gr. de 2 vols. Encadernado num,com 1; CLVI, 200; 340, [6] pp.; 210. E.
Segunda edição corrigida e aumentada da que é considerada por muitos bibliógrafos como uma das mais
belas produções dos prelos portugueses do século XVII e de uma “fonte perene de notícias e subsídios
para a História do Brasil e das Missões Religiosas que, durante os anos 1549 a 1570, pregaram e
difundiram a fé cristã entre os indígenas dessa vastíssima região americana” [Samodães]. Escrita em duas
partes: a primeira relata o descobrimento do Brasil, a descrição geográfica das suas terras, costas, rios,
portos, cabos, enseadas e serranias fronteiras ao mar, responde às perguntas “Quem foram os primeiros
progenitores dos Índios, em que tempo entraram no Brasil, de que parte vieram, por onde e de que
maneira entraram e como não conservaram as suas cores, línguas e costumes”; a segunda parte trata
exclusivamente da Companhia de Jesus no Brasil desde 1549. Possui ainda a primeira impressão do
poema de José de Anchieta sobre a Virgem Maria. O Padre Simão de Vasconcelos teve algumas
dificuldades em conseguir publicar esta sua obra. Essa dificuldade resulta do facto do Pe. Jacinto de
Magistris, Visitador do Brasil, não se relacionar muito bem com o autor da obra, seu concorrente quando
da nomeação para Visitador. Apesar de ter as aprovações canónicas de três revisores e do Padre Geral, o
Visitador tentou impedir a impressão, fundado nas opiniões dos Padres António Vieira, Baltazar Teles e
Manuel Luís que atestavam na falta de estilo do Pe. Simão de Vasconcelos. Mas a aprovação de Francisco
Brandão, cronista-mor do Reino fez terminar a questão. Não satisfeito, o Pe. Jacinto de Magistris informou
desfavoravelemente o Padre Geral sobre os últimos sete capítulos da primeira parte da Crónica que
respondia com a explanação se o paraíso não seria na América portuguesa. Apesar de já ter dado
aprovação, o Padre Geral mandou riscar essa parte. Quando a ordem chegou a Lisboa, já Henrique Valente
de Oliveira tinha impresso dez exemplares que o Pe. Simão de Vasconcelos distribuiu pelos amigos. Por ser
a conclusão das Notícias Antecedentes, o Pe. Jacinto de Magistris não via dificuldade em se suprimirem os
sete capítulos, substituindo-os por uma página final. bib: Brunet, II, c. 846; Palha, 2517; Pinto Matos, p.
554; Samodães, 3443; Inocêncio, VII, p. 286; Travel and Exploration, 1127; Bdm2, p. 888
Encadernação meia de pele.